MPF, PF e RF executam novas medidas de busca e apreensão na Operação Zelotes

Investigadores cumprem mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul

03/09/2015 09:45
O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF) estão executando nesta quinta-feira (03) novas medidas de busca e apreensão destinadas a viabilizar a completa elucidação dos fatos em apuração na Operação Zelotes. Policiais Federais cumprem mandados de busca e apreensão em nove escritórios de contabilidade que funcionam no Distrito Federal (DF), São Paulo (RS) e Rio Grande do Sul(RS).

Com a medida, os investigadores esperam ter acesso a materiais que possam provar o envolvimento de 12 empresas e 11 pessoas físicas com o esquema fraudento que lesou os cofres públicos, com o não recolhimento de impostos. As irregularidades no Carf estão sendo investigadas desde 2013 e se tornaram públicas em março deste ano, quando foi deflagrada a primeira fase da Zelotes. Na época, foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão.

Ao justificar a necessidade das novas medidas invasivas, o delegado da Polícia Federal Marlon Cajado explicou que a análise pericial do material apreendido na primeira etapa da operação apontou discrepâncias entre os valores efetivamente movimentados pelos suspeitos e os declarados ao fisco. 
No entanto, apenas com o “acesso a documentos de escrituração contábil como balancetes, diários, recibos e notas fiscais seria possível a realização de um exame mais fidedigno das informações”, resumiu no documento. Os escritórios, alvos da operação de hoje, prestam serviços às empresas investigadas, que também já tiveram materiais apreendidos pela PF.

No pedido - autorizado pela juíza Célia Regina Ody Bernardes - também foi solicitada a quebra de sigilo fiscal, bancário e telemático de todo o material apreendido, bem como o compartilhamento dos dados com as demais investigações em andamento ou que venham a ser instauradas no âmbito da Zelotes. 
A expectativa é que sejam recolhidos documentos, anotações, mídias de armazenamento, computadores, contratos e recibos referentes à contabilidade dos envolvidos no esquema. O material apreendido passará por espelhamento devendo a versão original ser analisada pelos responsáveis pela investigação. Além do MPF e da PF, também participam da apuração servidores da Receita Federal e da Corregedoria Geral do Ministério da Fazenda.

Sobre o caso

O inquérito referente ao Carf foi instaurado em 2014. Ao todo, os investigadores analisam cerca de 70 julgamentos realizados pelo tribunal administrativo no período de 2005 a 2013. As suspeitas são de que ex-conselheiros, servidores públicos e empresas de consultoria montaram um esquema para negociar o resultado desses julgamentos. Empresas que haviam apresentado os recursos pagavam para ter os débitos anulados ou reduzidos pelo órgão. Os crimes investigados são: formação de quadrilha, advocacia administrativa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. 


(61) 3313-5460/5459

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