Financiamento da FAESP extrapola fronteira do público com o privado

O repercutido episódio da aquisição dos novos ônibus da FAESP carece de um profundo debate sobre as condições em que foram alinhavadas no contrato de financiamento, ainda não consegui encontrar um entendimento legal nesta composição em que os avalistas são pessoas sem o menor vínculo permanente com a instituição, a confusão entre púbico e privado ficou consolidada nesta aquisição.

Entre os avalistas que assinaram o contrato estão o presidente-militar da instituição, que ocupa o cargo por indicação da prefeita, e sua esposa, que ocupa cargo comissionado de chefe do departamento de recursos humanos na secretaria municipal de administração, também diretamente subordinada a prefeita, ambos têm seus cargos com futuro indefinido, a qualquer momento o processo de cassação da coligação 15 se finaliza e o governo se desfaz, com todos os nomeados juntos.

Pergunto aos nobres fiadores privados dos ônibus públicos como ficarão a situação de vocês depois que saírem dos cargos que ocupam? 

Vocês continuarão avalizando um financiamento que está fora do controle gerencial de vocês? 

E se entrar um irresponsável que decide suspender o pagamento do financiamento e o banco vier cobrar dos fiadores? 

E se entrar um novo governo e decidir extinguir a FAESP e reformular o transporte de estudantes universitários e cancela este contrato com respaldo estatutário e jurídico?

Como todos podem observar, esta compra dos novos de confortáveis veículos da FAESP está repleta de questionamentos, além de violar descaradamente o estatuto da instituição, que sequer prevê o serviço de transporte de estudantes, quanto mais comprar veículos, podem ter certeza que este contrato irá render pano para as mangas do Ministério Público.

Outro ponto questionável se encontra com uma informação extraoficial sobre a situação conjugal do casal-avalista, tendo uma de minhas fontes mais implacáveis me garantido que tramita em um certo cartório do Vale do Itabapoana um processo de divórcio do presidente-militar com a gestora do cabide da prefeitura, e por conta de ambos serem avalistas do financiamento dos veículos da FAESP, esta situação conjugal que deveria se restringir na esfera pessoal de ambos, acaba se embrenhando na esfera pública.

Há quem diga que apesar deste processo de divórcio de fato estar tramitando em algum cartório do Vale, o casal não separou ou desfizeram a relação de fato, elevando ainda mais a temperatura na fronteira entre o público e o privado com a possibilidade deste processo cartorário ser alguma estratégia relacionada a este financiamento, que mais uma vez reafirmo que envolve interesse público com o presidente e sua esposa se envolvendo de forma extremamente questionável.

O presidente-militar tem todo direito de exercer seu amplo direito ao contraditório, porém esperamos que ele se manifeste com seriedade e honestidade para esclarecer todos os questionamentos relacionados a este financiamento dos novos ônibus da FAESP, é assunto de interesse público e o senhor que no lado da capixaba da ponte é o representante da lei e da ordem, jamais aceitaremos que o senhor atravesse a fronteira para confundir o público com o privado e muito menos gerenciar a desordem em repartições públicas.

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