H.S.V.P. | O apelo da sociedade e o desprezo do governo
O agravamento da crise vivida
pelo Hospital São Vicente de Paula é facilmente notado com o alarmante aumento
de manifestações populares nas redes sociais, o crescente número de depoimentos
indignados com os mais diversos problemas é o indiscutível indicador de que o
agravamento de crise é latente, e mais uma vez vamos nos debruçar nos números
orçamentários para direcionarmos nossa cobrança diretamente ao poder público
municipal.
Ao mesmo tempo em que os
bom-jesuenses externam seu drama e clamam por uma solução definitiva para
recuperar o São Vicente, tanto a direção, e principalmente o poder executivo se
mantém com uma indiferença fria e completamente fora de sintonia com o
principal anseio popular de Bom Jesus do Itabapoana desde 2010, é inaceitável
que um governo que tirou proveito político/eleitoral desta crise se mantenha
inerte com tal situação.
Infelizmente, os principais
responsáveis que estão à frente de instituições que poderiam recuperar o
hospital estão muito mais preocupados em alimentar um frágil jogo de cena
midiática, do que propriamente apresentar propostas que trariam resultados
práticos, e não é só a prefeita que é adepta por uma fotografia promocional e
enganadora, até a presidente com seu comedimento entrou na seara fotográfica
sem sentido.
Antes de promover a reunião
na câmara dos vereadores, a presidente do hospital junto com alguns membros da
diretoria posaram para uma fotografia com o secretário estadual de saúde, isso
depois dele ter posado para diversas fotografias com diversos abutres políticos
em abril nas dependências do hospital, e nesta fotografia não havia uma
descrição do que realmente significava aquela foto, que supostamente teria sido
registrada no Rio de Janeiro.
O jogo de cena promovido pelo
governo municipal e pela direção do hospital com este festival de fotografias
com o secretário estadual de saúde, é a maior das enganações desde fevereiro de
2014, haja visto que a partir de então Bom Jesus do Itabapoana passou a ser
enquadrado como GESTÃO PLENA DO SUS, antes nossa gestão era compartilhada, ou
seja, recebíamos metade dos repasses da União e a outra metade pelo Estado.
Agora Bom Jesus do Itabapoana
não precisa de absolutamente nenhuma articulação com o governo do estado para
qualquer assunto relacionado a saúde pública, e para comprovar esta afirmativa, na imagem acima temos um gráfico comparativo dos repasses do Fundo Nacional de Saúde
para o Fundo Municipal de Saúde de BJI entre os anos de 2012 e 2015.
Observem que a partir de 2014
o valor repassado pelo FNS mais do que dobrou, o que significa sem margem de
dúvida que o estado não tem mais nenhuma interferência com a gestão do sistema
público de saúde de Bom Jesus do Itabapoana.
Outro dado orçamentário
necessário para que o cidadão tenha pleno conhecimento dos números oficiais do
município, e para que se tenha conhecimento de causa para cobrar do poder
executivo e do legislativo, estão nas informações que temos no link abaixo.
Nele contém os relatórios sintéticos de despesas da prefeitura dos meses de janeiro a junho de 2015, cabendo salientar que o governo ainda não divulgou o relatório do mês de julho.
(Clique aqui e acesse os relatórios)
Nele contém os relatórios sintéticos de despesas da prefeitura dos meses de janeiro a junho de 2015, cabendo salientar que o governo ainda não divulgou o relatório do mês de julho.
(Clique aqui e acesse os relatórios)
Se vocês acessarem esses
relatórios, observarão que desde janeiro que temos sobrando no orçamento uma
média de 1,4 milhões todos os meses, o que seria mais que o suficiente para se
implantar um muito bem estruturado programa de recuperação do hospital,
bastando complementar o convênio com o PU em mais R$ 130.000,00 e outros R$
300.000,00 para reativar a UTI, ainda assim sobrariam todos os meses quase um
milhão de reais na execução orçamentária mensal.
Os aspectos acima abordados
são da seara financeira, está mais do que comprovado que a secretaria municipal
de saúde tem dinheiro e AUTONOMIA para decidir a parada, o que falta é vergonha
da na cara dos gestores públicos e um pouco mais de brio da sociedade para
cobrar de quem tem condições e responsabilidades para resolver a crise do São
Vicente.
Já sob o aspecto administrativo,
enquanto o hospital for mantido pelo Centro Popular Pró Melhoramentos a crise
não cessará, pois se existe um mar de lama sendo investigado pelo Ministério
Público, o mesmo teve envolvimento direto de todos os membros que compuseram os
conselhos administrativos e fiscais no período das falcatruas, com isso, fica
evidente que a permanência do Centro Popular como entidade mantenedora, as
restrições jurídicas permanecerão atreladas ao hospital.
Se o real proprietário da
estrutura física do hospital de fato é a Sociedade São Vicente de Paula,
que então se torne ela mesmo a entidade mantenedora do hospital a qual a ela
pertence, nada mais óbvio do que jogar todas as responsabilidades jurídicas dos desvios cometidos no hospital nas
pessoas que fizeram parte do Centro Popular e que permitiram que o hospital
chegasse onde chegou, são eles é quem devem ser punidos nos rigores da lei, e
não o hospital, e por consequente a sociedade que fica desamparada.
Poderia até sugerir que se
faça um movimento com os clubes de serviços instituídos em Bom Jesus como Lyons
e Rotary, e outras instituições para que esses assumam a direção do hospital
sob uma nova concepção administrativa com participação efetiva dos corpo
clínico e de funcionários na modalidade cooperativada, e não sob os interesses questionáveis
do Centro Popular Pró Melhoramentos, somente este caminho trará a normalidade para o hospital.
Li em outro blog que talvez a Tocha olímpica passe por Bom Jesus. Vamos ter cuidado , porque se alguém passar mal neste evento vai ter que ser socorrido em Itaperuna. Lá tem um Hospital que está crescendo , ao contrário dessa pouca vergonha cheia de justificativas daqui.
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