A guerra fria do entretenimento noturno em Bom Jesus do Itabapoana
Cancelamento do show com “MC Gui” pode ter sido provocado por
interesses comerciais no próprio estabelecimento que vem sendo polemizado com
problemas em sua programação
Conforme noticiado no blog do colega Jailton da Penha, a
suspensão do evento foi determinada pelo Ministério Público da Vara Cível de
Bom Jesus do Itabapoana depois que o mesmo teria sido provocado, tal provocação
pode ter sido proveniente de alguma representação anônima ou identificada questionando os
pontos relatados na reportagem no qual se configurou o descumprimento de uma
série de exigências legais de comunicação aos órgãos competentes de segurança.
Partindo das informações veiculadas no citado blog, torna-se
inconteste a decisão do MPRJ em suspender o evento pela falta de comunicação
via ofício as polícias civil e militar além do Corpo de Bombeiros, porém corre
na cidade desde o mês de setembro de 2014 uma tese conspiratória envolvendo o
estabelecimento em tela, o promotor dos eventos que foram e não foram
realizados, e um determinado empresário do ramo de entretenimento de Itaperuna
que sempre abocanha contratos licitatórios em nossa prefeitura.
Desde a época da promoção do show da dupla sertaneja João
Neto & Frederico em agosto passado que as suspeitas de supostas sabotagens
nos eventos organizados no “Acqua Play” vem ganhando cada vez mais corpo, bastando
recordarmos que deste evento em diante tentou-se estabelecer uma agenda de
shows de nomes artísticos de nível mais elevado do que de costume em nossa
região, e bastou um determinado personagem político de um partido opositor ao governo entrar colaborando na divulgação desses eventos para surgirem situações e
histórias que carecem melhor apuração.
Uma dessas histórias dá conta que ao menos dois grandes
eventos de nosso calendário festivo, oficial e não oficial, tiveram suas datas
supostamente alteradas que vieram a prejudicar em cheio dois eventos do
Acqua Play que estavam agendados previamente.
Coincidência ou não, a empresa
que forneceu som e iluminação para os eventos que tiveram as datas supostamente
alteradas seria de propriedade do empresário itaperunense acima citado, que muito se interessa em arrendar
o Acqua Play para que ele sim domine o cenário do entretenimento noturno em Bom
Jesus do Itabapoana.
Não estou aqui pretendendo defender o indefensável, pois os
motivos encontrados foram mais que o suficiente para a suspensão do evento,
porém existe uma cultura lamentável do descumprimento legal estabelecida em Bom
Jesus do Itabapoana, que faz deste caso talvez o primeiro em que o MPRJ fora
provocado para agir dentro dos rigores da lei.
Por exemplo temos a finada Festa
à Fantasia onde todo mundo ia que teve sua última e fatídica edição realizada em novembro de 2011 no distrito de José Carlos (Iurú) motivada por “problemas” com a justiça de Bom
Jesus do Itabapoana encontrada pelos organizadores, e ao fugir dos problemas
jurídicos de BJI a festa foi ao encontro com uma tragédia resultante em mortes
por acidente automobilístico no retorno da festa.
No café comunitário da PMERJ realizado em março de 2013 o
vereador Ricardo Aguiar deu uma tremenda saia justa no representante da Polícia
Civil e no então secretário de indústria, comércio, turismo e cultura (que
bagunça atualmente a secretaria de saúde), ao perguntar para o então comandante
de nossa Companhia de Polícia se a prefeitura comunicava oficialmente à PMERJ
sobre os eventos realizados em praça pública, seja na Governador Portela, nos
bairros e nos distritos.
A resposta do Tenente Jonas foi de deixar todos do
executivo sem onde enfiar a cara, pois até março de 2013 nenhum evento havia
sido comunicado a PMERJ sobre a realização, e o mais grave, todos esses eventos
tiveram o "Nada a Opor" da Polícia Civil sem que houvesse o mesmo documento da
PMERJ e como se sabe não se pode realizar um evento somente com o “Nada a opor”
de uma das polícias, o documento tem a obrigatoriedade de envio em conjunto
entre ambas as instituições de segurança.
A partir desta saia justa aplicada por Aguiar a prefeitura
passou a cumprir com todas as exigências legais e burocráticas na comunicação
dos eventos às autoridades de segurança pública, além da instalação de câmeras
de monitoramento e contratação de seguranças privados no auxilio para a PMERJ
em eventos de maior apelo.
Porém tais medidas somente são cumpridas nas festas realizadas na Praça Governador Portela, nos distritos o festival de descumprimentos permanece.
Porém tais medidas somente são cumpridas nas festas realizadas na Praça Governador Portela, nos distritos o festival de descumprimentos permanece.
A título de informação, a festa da Serrinha de 2014 foi
realizada sem que houvesse policiamento especial e reforçado, segundo informações
de profissionais que trabalham no som desta festa, na sexta-feira não havia
sequer uma viatura com dois policiais, e a festa lotada de gente e com algumas
brigas surgindo em diversos momentos.
Ainda há outro ponto que jamais foi tema de qualquer abordagem das instituições
de segurança pública que envolvem diretamente as festas populares organizadas
pela prefeitura nos distritos que ofertam o risco de uma tragédia anunciada.
As condições em que são feitas as instalações
que fornecem energia elétrica para as barracas já foi tema de duas reportagens
neste blog, e mesmo assim a negligência com a possibilidade de um curto
circuito provocar um grave incêndio permanece, mesmo com essas instalações
elétricas precárias ficarem muito próximos de antigas residências com muita
estrutura de madeira em seu teto. Também merece alerta a falta de condições mínimas de segurança nas instalações elétricas nos palcos dos eventos de menor porte, sejam eventos da prefeitura ou particulares a fiscalização deste importante quesito é nula e inexistente, tanto que tivemos uma ocorrência agosto de 2013 de um músico que sofreu uma descarga elétrica em plena apresentação em um evento na praça Governador Portela.
A regulamentação e a fiscalização para o cumprimento legal
das normas de segurança de qualquer evento, seja público ou privado com fins
lucrativos, tem sim que ser alvos de uma rigorosa fiscalização e o MPRJ certamente
terá muitas demandas para quem sabe um dia mudar esta mentalidade do “jeitinho
bom-jesuense” de burlar as regras.
O caso da suspensão deste evento no Acqua Play pode servir de ponto de partida para se moralizar todos os eventos festivos do município, principalmente os realizados pela prefeitura nis distritos e nos bairros.
O caso da suspensão deste evento no Acqua Play pode servir de ponto de partida para se moralizar todos os eventos festivos do município, principalmente os realizados pela prefeitura nis distritos e nos bairros.
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