Violência Urbana BJI | O abandono da Praça Maria Germano, no Pimentel Marques, resulta na propagação do crime

Uma internauta moradora do bairro Sebastião Pimentel Marques me enviou esta mensagem com relatos estarrecedores da situação de abandono do poder público no bairro, com especial destaque com a situação absurda em que se encontra a Praça Maria Germano.

Tal situação tem muita haver com a proximidade do presidente da associação de moradores com o poder executivo, nada mais letal para uma associação ficar aparelhada pelo sistema, bastando constatar que a esposa do presidente da associação ter um emprego político para ele enxergar um bairro muito longe da realidade.

Leiam com atenção o texto da moradora do bairro que pediu para preservar sua identidade para evitar retaliações.

"A praça virou ponto de venda e uso de drogas, sem iluminação adequada e longe de ser uma opção de lazer e urbanismo. Inúmeras gestões municipais negligenciam a situação, descaso este nada estratégico, vez que o Bairro é o maior núcleo eleitoral do município.
É revoltante e uma falta de respeito com a população. Precisamos de uma reforma arquitetônica completa. Com segurança e acessibilidade, conforme a legislação vigente. Além é claro de um projeto paisagístico digno.

Aliás vemos praças de várias áreas consideradas nobres serem constantemente reformadas e devidamente conservadas e a Praça Maria Germano em situação deplorável.
Sou nascida e criada no bairro e vejo que o Poder Público deixa muito a desejar em vários aspectos (Pelo que sei não temos por exemplo uma creche no bairro que é a maior concentração de força de trabalho feminino da cidade). Enfim, fica aqui meu desabafo.

É um absurdo as mães trabalhadoras ter como creche mais próxima a do Monte Calvário. Não temos sequer um Centro de Referência e Assistência Social (Como pode isso no bairro mais populoso?).
O clima de insegurança paira entre os moradores que se sentem impotentes diante tantas violações da cidadania. Há relato de assaltos e trocas de tiro entre policiais e usuários de crack.

Aliás, a abordagem policial é a pior possível! Agressiva, despreparada, pirotécnica longe da proposta de uma polícia pacificadora e comunitária. (Só para constar, hoje 09/10/2014, a polícia ao perseguir um meliante deu tiros para o alto em plena quadra da área de lazer.
No momento tinham pessoas caminhando, jovens praticando judô, e umas 30 crianças apavoradas. Dizem que foi triste ver as crianças todas deitadas no chão da quadra). Temos um Destacamento de Polícia no Bairro, mas vejo que alguns agentes da segurança pública são instrumentos do caos e não transmitem segurança ao povo.

A coisa tá fora de controle. Poder público ausente, Associação de Moradores omissa e sem propostas para problemas tão sérios. Polícia que criminaliza a pobreza. Moradores acuados.
Então a quem recorrer?"
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Foto: Joyce Rodrigues
Segundo informações extraoficiais, a perseguição da polícia a um meliante relatada pela cidadã culminou na ponte da divisa dos estados no centro da cidade com a polícia alvejando o indivíduo na perna. 

Ele no momento desta publicação se encontrava no PU recebendo os primeiros socorros, ele está fora de perigo de morte e já acompanhado da polícia para a conclusão de sua detenção com o registro da ocorrência.

A violência urbana em Bom Jesus do Itabapoana está atingindo níveis alarmantes e as questões que envolvem este fenômeno vai muito além das limitações do contingente policial em BJI.

O poder executivo ao se omitir em suas responsabilidades com a maneira irresponsável que vem conduzindo a secretaria de assistência social, as condições de trafegabilidade de nossas ruas e vias, e a iluminação pública extremamante precária contribuem decisivamente para a propagação da violência.

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